segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mediação de conflitos é proposta da Polícia Comunitária para prevenir aumento da criminalidade

Notícia: Gazeta do Pantanal - Redação: Polícia 04/04/2011

A comunidade atendida pela 4ª Delegacia de Polícia Civil da Capital, da região das Moreninhas, tem disponível um diferencial dentro da unidade: o trabalho de mediação de conflitos. Com ações que buscam diminuir a criminalidade de forma preventiva, através da filosofia de Polícia Comunitária, a delegacia propõe novas formas de lidar com a resolução de conflitos e crimes de menor potencial ofensivo.
De acordo com balanço da 4ª DP, em todo o ano passado 185 casos foram mediados para uma decisão rápida e que beneficia de alguma forma ambas as partes envolvidas nos casos.
Além de proporcionar uma decisão rápida para os casos a mediação também desafoga o sistema Judiciário. “Mas o nosso principal objetivo com esta ação é apaziguar o ambiente”, afirma o investigador de Polícia Civil, Francisco de Melo. Ele é mediador e um dos responsáveis pela implantação do projeto na delegacia, com o delegado titular Wellington de Oliveira.
Para Francisco, a atividade que busca manter a paz na comunidade é responsável também por garantir que os índices de violência não aumentem com o crescimento da população na área atendida pela 4ª DP. “Podemos dizer que a maior virtude da mediação é a agilidade que ela dá na solução dos casos e com propostas criadas pelos próprios envolvidos”, observa o investigador.
Em um artigo elaborado sobre o projeto de mediação, Francisco explica que é importante a criação de núcleos de mediação de conflitos porque há uma demanda muito grande. “Os chamados Fatos Atípicos, que viram casos de polícia, conflitos interpessoais, ‘disputas’ que, mal administradas, se agigantam e se transformam em violência e crime”.
Conforme o policial civil, cerca de 95% dos casos mediados na delegacia chegam a uma solução exitosa. Ele explica que a opção de mediação de conflitos é oferecida a todos os casos que cabem à ação, ou seja, crimes de baixo potencial ofensivo. Assim, só são mediados casos onde ambas as partes se propõem a chegar a um acordo.
Comunidade e escolas
A participação da comunidade também é importante para a ação, segundo afirma o investigador Francisco de Melo. Por isso a delegacia também se empenha em atuar em dois Conselhos da Comunidade: da região das Moreninhas e região do Bandeira. “A delegacia está à frente de 22 escolas públicas nestas regiões”, lembra. Os conselhos apontam para os policiais que atuam na área quais são os crimes que mais afligem a população daqueles bairros, conforme diz o investigador.
Reuniões em escolas e monitoramento de alunos também está dentro da filosofia de Polícia Comunitária praticada pela 4ª DP. “Tem que funcionar uma rede que envolve pais, escola e alunos”, reforça Francisco. Através do trabalho de orientação alunos considerados problemáticos também passam a ser o foco da ação comunitária realizada pela delegacia.
“Fazemos este trabalho com alunos-problema antes que eles se tornem irrecuperáveis”, diz. De acordo com o policial civil, a resposta tem apresentado uma eficácia considerável, visto que de cada dez alunos atendidos, pelo menos cinco apresentam melhoras no comportamento e no rendimento escolar.
“Existe uma conversa, a gente orienta e isso não só com os estudantes. Os pais também participam porque muitas vezes o problema não está no aluno, mas no ambiente em que ele vive. Por isso é tão importante que funcione esta rede que envolve a família”, comenta.
O conselheiro explica que a ação se baseia no artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente que prevê que dirigentes de escolas de ensino fundamental devem comunicar aos conselhos tutelares casos de elevados níveis de repetência, reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares, entre outros casos. “Mas em Campo Grande só temos um conselho tutelar e com isso estamos contribuindo para o desafogamento e oferecendo novas formas de resolver o problema”, afirma.
O projeto é desenvolvido desde o primeiro semestre de 2009 da 4ª Delegacia de Polícia Civil. “A população tem aprovado essa participação da polícia, atuando na causa, fazendo a prevenção de problemas”, conclui o investigador.

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